Conversas sobre literatura, livros, escrever e ler

"Há semanas que, salvo duas breves interrupções, não pronuncio uma só palavra; a minha solidão fecha-se, enfim, e estou no meu trabalho como o caroço no fruto." René Maria Rilke

"A solidão que acontece ao escritor por força da obra revela-se nisto: escrever agora é o interminável, o incessante." Maurice Blanchot

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Livros de minha vida

Resolvi inaugurar uma série de posts (que não serão necessariamente seguidinhos um do outro, pois me darei ao luxo de falar sobre outras cositas). Na série, como dizia, trarei livros que me marcaram. Fundamentais por me terem ajudado a tomar alguma decisão ou simplesmente por me terem deixado de queixo caído por ter conseguido entrever algo muito perto da perfeição naquelas páginas.
Sei lá.
Inaugurando a série... Todos os fogos o fogo, do Cortázar. Um livro com oito contos. Delicioso. De um escritor que é mais conhecido por dois outros livros de sua lavra: O Jogo da Amarelinha e Histórias de cronópios e famas.
Eu disse oito contos? Pois no mínimo dois são pequenas obras-primas.
A primeira obra-prima é o conto que inaugura o livrinho, A auto-estrada do sul. Trata de um engarrafamento gigantesco que passa a tornar-se parte da vida daquelas pessoas.
O segundo conto que acho digníssimo de nota é o belo e, claro, um tanto fantástico A ilha do meio-dia. Nele, um comissário de bordo sonha poder um dia passar férias (ou a vida toda) numa minúscula ilha grega. Vale cada caractere.

9 comentários:

  1. Oi, João,
    Gostei da sugestão. Estava, exatamente esta semana, montando uma "lista de leitura" para 2010.
    Nunca li Cortázar, vou incluí-lo na lista!
    Beijo,
    Andresa

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  2. Não somente o livro é o máximo... Cortazar é um show... e a edição que vc ilustra, do Círculo do Livro, tinha uma capa realmente linda...
    E Andresa, já que vc vai se iniciar no universo cortaziano, me permita sugerir: comece por Histórias de Cronópios e Famas. Depois, esse que o João fala. São pequenas maravilhas grandiosas.

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  3. Oi, Mário,
    Obrigada pela dica. Anotado!

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  4. Mario, é essa a edição que eu tenho. Desde os tempos do Círculo do Livro...

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  5. Sou apaixonada por Cortázar, principalmente os contos. Dele, traduzi os contos de Bestiário, a melhor coletânea. Há muitos contos retirados do Bestiário em antologias: obra imperdível!

    João: que bom que vc voltou.

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  6. João, companheiro velho: quantas convergências entre nós, nessa brevissima lista! "Conversa na Catedral" foi ninha "bíblia" na cadeia - eu lia, relia, voltava a ler, até porque a edição de que dispus inicialmente era em espanhol! Cortázar surgiu no paralelo do fascinio com a "Conversa...", através do fabuloso "Jogo..." Ficaram os dois na cabeceira! Seu blog é muito bom. Tão e tanto, fiquei com inveja e vou criar um, cujo título será inspirado no "caroço da fruta" às avessas. Tou pensando em botar "angu de caroço", expressão nordestina para significar confusão, complicação, tudo que "o caroço da fruta" não tem! Grande abraço

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  7. Gerana: bom estar de volta. Férias? Uma delícia, mas dá saudade de respirar meus livros. Vou procurar o Bestiário. Afinal, até hoje você só me deu excelentes dicas de leitura.

    Chico arretado: do seu angu comerei quantas vezes você postar, esteja certo.

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  8. João amigo, que saudade! Adoro "Todos os fogos o fogo", foi um livro de que nunca me esqueci, volta e meia releio um dos contos. Mas "o livro da minha vida" de Cortázar, aquele que fez o espanto, o tirar o fôlego, a descoberta de algo inteiramente novo, para mim, foi... O Jogo da Amarelinha! Beijo pr´ocê e pra Dri.

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  9. Olhe, vou colocar um link do seu blog no meu enredosetramas, mais literário que o acreditando. Espero que não se incomode. :-)

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